segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Policía Pública- Interesses Privados


Capitulo 11 do Livro - O que sei de Lula - Por José Neumanne Pinto

A Policía e a "inteligencia" deixaram de prestar serviço ao Estado e ao Governo para se tornarem reféns de grupos de interesses dentro delas mesmas, ou nos quadros de comando do Partido dos Trabalhadores e do governo Federal.
Para entender o que aconteceu, convém antes lembrar a entrevista publicada na Folha de S. Paulo - a qual o Ministro Gilmar Mendes - que presidiu o STF - pôs o dedo na ferida ao constatar: "A Cultura do Vale Tudo da política Sindical também pode estar ligada a tudo o que vem acontecendo".
A constatação serve para explicar não apenas a violação do sigilo de adversários políticos, mas também outras ameaças a prerrogativas da velha democracia.
Luiz Gushiken, militante do grupo Liberdade e Luta, que teve relevancia na política estudantil e era anexado a Organização Socialista Internacional, talvez tenha sido o principal concorrente ao poder de José Dirceu junto ao chefão Lula nas primicias da gestão Federal petista. Deputado federal por três legislaturas e coordenador das campanhas presidenciais de Lula entre 1989 e 1998, ele foi secretario de Comunicação da presidencia da República.
Ricardo Berzoini, funcionario de carreira do Banco do Brasil, esteve na órbita de Gushiken desde a militancia no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, chegando a presidencia.
O sistema financeiro brasileiro tornou se o cenário de uma guerra societária que provocou dois dos mais rumorosos casos de espionagem da história do Brasil: As Operações Chacal e Satiagraha.
A origem das investigações da Policía Federal, acompanhadas pelo Ministério Público e iniciadas no segundo ano da gestão presidencial de Lula, repousou na bilardária transação envolvendo a telefonia no Brasil. Até as duas gestões de Fernando Henrique, o sistema de telecomunicacôes no Brasil era estatal.
Ineficiente ou insuficiente para atender a demanda de crescimento da economia, a telefonia estatizada transformou linhas telefonicas em investimento que podia ser comprado, alugado, vendido e guardado como uma ação ou qualquer outro bem móvel.
Em descompasso com o resto do mundo, esse sistema sobreviveu a abertura economica promovida por Collor e passou incólume pelo governo Itamar, muito embora o patrono do Real tenha sido nesse mandato - tampão, o presidente de fato. Sob o comando do empresário Sérgio Motta e do engenheiro e economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, bem sucedido corretor na Bolsa de Valores de São Paulo, a privatização das Telecomunicações permitiu o acesso dos mais pobres a telefonia e a rede de informações computadorizada.
Com a ascensão ao poder federal de Lula, feito Luiz Gushiken - Chefe da Secretaria de Comunicação da presidencia da República- da qual seria removido para outra- de assuntos Estratégicos- o objetivo tático passou a ser os fundos de pensão. Sob comando de sindicalistas da CUT, estes precisavam assumir o controle das teles privatizadas contando com a ajuda dos sócios estrangeiros.

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