sábado, 14 de novembro de 2015

(O Estado de S. Paulo) - Coluna Opinião 

A Maldição do petróleo
Por Adriano Pires

A Maldição dos recursos naturais é um termo utilizado para mostrar que países ricos em recursos naturais crescem menos, pois essa fonte de riqueza tende a gerar desperdícios em meio a corrupção e entraves burocráticos. Gastos correntes crescem em detrimento de ações na infraestrutura e no fortalecimento institucional. Isso acaba beneficiando grupos influentes e desorganiza a economia.
A indústria do petróleo merece um destaque especial, pois é diferente dos demais setores produtivos tanto pelo aspecto da sua organização industrial como pelos seus fatores geopolíticos. Graças a distribuição desigual das reservas de petróleo e ao seu alto grau de essencialidade, é uma das principais commodities negociadas no mercado Internacional.
Por que a descoberta do petróleo vem, quase sempre, acompanhada da maldição para alguns países?
Como o petróleo, que está na base de toda a explicação do crescimento da economia mundial no século XX, pode gerar pobreza, regimes autoritários e tanta corrupção?
Primeiro é que, com a descoberta de grandes reservas de petróleo os países começam a viver num clima de euforia exagerada. É como se a riqueza do petroléo fosse como enriquecer com apostas em Cassinos, e isso permite gastar sem a menor preocupação.
Ao fornecer ao Estado uma fonte de renda farta e fácil, o petróleo abundante incita a adoção de políticas populistas. Nesse cenário, políticos privilegiam seus interesses particulares em detrimento de toda a sociedade. Isso acaba por gerar governos repressores e autoritários e bastante corrupção. Os exemplos não faltam como: Venezuela, países do Oriente Médio e África.
O crescimento da produção e exportação do gás natural levou a uma grande entrada de dólares na economia holandesa, provocando uma enorme valorização da moeda regional. No entanto importar qualquer tipo de produto passou a ficar muito barato e isso acabou provocando a destruição da indústria local.

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