segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Eterno Charlie Chaplin


Ator, imitador e dançarino, Londres, Chaplin, criado na profissão, fez sua estreia em Oxford, em participação especial, aos 10 anos de idade, tem trabalhado com várias das companhias de Charles Frohman - interpretando Billy em Sherlock Holmes) e em mitos dos principais teatros de variedades em Londres e nas provincias.


Uma mistura de história social corajosa, romance e ciência médica, o livro começa com Weissman dissecando o tempestuoso cortejo e o desastroso casamento dos pais de Chaplin. Depois nos leva ao mundo do teatro de variedades. Dá vida às ruas do sul de Londres, ao orfanato Hanwell e, finalmente, por um novo angulo, à Hollywood dos anos 1910 e 1920.
Chaplin não foi apenas grande: ele foi gigantesco. Em um mundo arruinado pela guerra, ele trouxe o som do riso e alívio para tantas pessoas que necessitavam de alento durante períodos tão dilacerantes como a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão.


A cegueira era um substituto intuitivo para a loucura na imaginação criativa de Chaplin. Perder o contato com a realidade olhando para o nada perdendo o foco era como aos 9 anos, Charlie imaginara Lily no momento em que Syd saiu do campo de futebol em NorWood e tentou explicar o que significava um colapso mental em termos que seu irmão mais novo pudesse entender. Em meu desespero eu a via olhando pateticamente para mim mergulhando em um vazio, foi o modo como compreendeu por que ela não poderia mais cuidar dele.

Restaurar a sanidade da mãe era tão importante para a criança Charlie quanto restaurar a visão da jovem cega para o personagem cinematográfico Carlitos em Luzes da Cidade. Costurar e vender flores eram trabalhos igualmente marginais na Londres do final do século XIX. E o sentimento de relação umbilical de Carlitos com a garota era basicamente como o sentimento de ligação de Charlie com a mãe. A despeito do fato de que ele estava consciente da aparencia dramaticamente mudada de sua mãe nos seis meses anteriores ao seu primeiro surto psicótico, ele sem dúvida continuou a pensar nela como a divina Lily sempre que sentia sua falta durante a separação em Cane Hill, assim como fizera durante a separação em Hanwell.

A provação cada vez mais infeliz de Charlie ficar no fogo cruzado alcoólatra entre seu pai e Louise levou a um desejo cada vez mais desesperado de voltar para a mãe. Com a vida cotidiana deteriorando para todos os que viviam no apartamento de Kennington Road, a dupla fantasia de Charlie - de resgatar a mãe da loucura e de ser resgatado por ela das agressões diárias que sofria, se tornou cada vez mais urgente.

Charlie se consolou para dormir, em casa e nas ruas, sonhando em se reunir a sua mãe milagrosamente recuperada e novamente bonita.

Trinta anos depois, as fantasias infantis de resgate de Chaplin ajudariam a dar forma a trama de Luzes da Cidade e forneceriam as emoções para a cena final de reunião entre seu personagem derrotado e  a delicada florista.
Dostoievski certa vez disse que as melhores coisas que você escreve vem de um lugar que você não compreende, o modo pelo qual Chaplin chegou à trama de Luzes da Cidade sustenta essa observação.

Teria Chaplin relacionado a cegueira da florista a loucura de Lily? Será que o milionário alcoólatra lembrava a ele o grande bebedor e auto destrutivo Charlie Sr. enquanto seguia pelo labirinto da trama, filmando sua história autobiográfica ao longo de um período de três anos entre 1928 e 1930?

O clímax do filme na verdade foi o ponto de partida para sua história de amor.

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