Getúlio Vargas
governou por mais de dezoito anos, a pesquisa rigorosa e o texto de Lira Neto, continuam
nesta parte central de sua Saga biográfica.
O presidente nasceu
poucos meses depois da Fundação PRR, em 1882 na Fazenda Triunfo. Por muito
tempo constou em documentos históricos e registros oficiais, o ano de 1883 como
sendo o de seu nascimento. Hoje está esclarecido o fato de que ele na juventude
alterou a data, apresentando uma certidão militar rasurada ao ingressar na
Faculdade de Direito de Porto Alegre em 1904 - São Borja, a 30 quilometros da
Fazenda Triunfo, situada no setor da região da Campanha conhecido como Distrito
das Missões, onde os Jesuítas assentaram, no século XVII, os estabelecimentos
destinados a catequização dos índios.
Do lado paterno,
a família de Getúlio era originária de uma pequena localidade denominada
Vargas, perto de Toledo, na Espanha. O avô paterno lutou como soldado
voluntário da República de Piratini.
No plano
familiar, o fato importante foi o seu casamento com a jovem de 15 anos, Darcy
Lima Sarmanho, filha de Antonio Sarmanho, estancieiro e diretor de um banco em
São Borja. O coronel era homem de grandes empreendimentos com relações de
negócios em Buenos Aires. Dentre os antepassados desta, figurava um general
combatente da Guerra do Paraguai homenageado com uma estatua de bronze na Pça
Principal de São Borja.
Saudados pela crítica como notáveis, a trajetória do líder politico responsável pelas transformações do Brasil no séc. XX retrata seu mandato no Palácio do Catete como chefe do governo provisório (1930-4), presidente Constitucional (1934-7) e por fim, ditador com as potencias aliadas e, internamente a decadência do regime estadonovista.
Pressionado pela diplomacia norte americana e por ataques alemães a embarcações brasileiras, Vargas envolveu o país no conflito europeu motivado por interesses econômicos. Mas a contradição entre lutar pela democracia na Europa e exercer o poder ditatorial no Brasil acabaria minando sua sustentação nos quartéis.
Coerente com o principio da rigorosa separação entre Igreja e Estado, manifestou se contra o ensino religioso nas escolas e integrou a Comissão de Finanças da Câmara. Chegou a Presidência diante a um quadro complicado no aspecto econômico. A crise mundial iniciada em 1929 teve impacto relativo no desdobramento dos acontecimentos que levaram a revolução de 1930.
Saudados pela crítica como notáveis, a trajetória do líder politico responsável pelas transformações do Brasil no séc. XX retrata seu mandato no Palácio do Catete como chefe do governo provisório (1930-4), presidente Constitucional (1934-7) e por fim, ditador com as potencias aliadas e, internamente a decadência do regime estadonovista.
Pressionado pela diplomacia norte americana e por ataques alemães a embarcações brasileiras, Vargas envolveu o país no conflito europeu motivado por interesses econômicos. Mas a contradição entre lutar pela democracia na Europa e exercer o poder ditatorial no Brasil acabaria minando sua sustentação nos quartéis.
Coerente com o principio da rigorosa separação entre Igreja e Estado, manifestou se contra o ensino religioso nas escolas e integrou a Comissão de Finanças da Câmara. Chegou a Presidência diante a um quadro complicado no aspecto econômico. A crise mundial iniciada em 1929 teve impacto relativo no desdobramento dos acontecimentos que levaram a revolução de 1930.
Em Agosto de
1931, o já citado código dos interventores estabeleceu as normas de
subordinação destes ao poder central. Limitava também a área de atuação dos
estados, que ficaram proibidos de contrair empréstimos externos sem autorização
do governo federal, de gastar mais de 10% da despesa, com os serviços da polícia
militar, de dotar as policias estaduais de artilharia e aviação, ou de arma las
em proporção superior a do Exército.
Uma das grandes
novidades do governo residiu na criação de dois novos ministérios.
- O Ministério do
Trabalho – Ind e Com – e o da Educação e Saúde Pública, ambos criados em
Novembro de 1930. Que a princípios ficaram nas mãos de Lindolfo Collor e
Salgado Filho.
Dos momentos festivos
em 1931, foram aproveitados pela Igreja diante das autoridades civis.
A mobilização em
massa dos católicos na capital da República para aclamar Nossa Senhora
Aparecida – consagrada pelo Papa como padroeira do Brasil. E a inauguração
espetacular do monumento ao Cristo Redentor no Corcovado. Na noite de 12 de
Outubro, data coincidente com o Descobrimento da América. Realizou se o que a
imprensa chamou de “milagre” de Marconi – A suposta iluminação do monumento
pelo inventor do rádio por um sistema de transmissão, proveniente do Vaticano.
A partir do rompimento de relações no Brasil com a Alemanha e Itália, o estreitamento das relações com os Estados Unidos propiciou uma série de acordos, versando sobre questões comerciais e a dívida externa. Em 1942 o ministro Souza Costa chefiou uma missão aos EUA resultando desse encontro os Acordos de Washington. Um dos itens principais das conversações, do ponto de vista do Brasil, dizia respeito ao fornecimento de material bélico. Nessa altura, Getúlio enfatizou a Souza Costa a necessidade dos americanos honrarem promessas anteriores cujo descumprimento provocava mal estar nas Forças Armadas e chegou a invocar o perigo que a Argentina representava no contexto da América do Sul.
Foi importante em 1937 a ação da carteira agricola e industrial do Banco do Brasil e sobretudo do CTEF. O ultimo emitiu varios pareceres sobre iniciativas governamentais, incluindo a criação de empresas e orgãos estatais destinados a incentivar os investimentos em setores estratégicos. Dentre essas empresas e orgãos, destacam se o Conselho Nacional de Petroleo, o de Aguas e Energia Eletrica a Companhia Siderurgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce, a Fabrica Nacional de Motores e a Companhia Hidro Eletrica do São Francisco.
Evitou mobilizar a nação numa cruzada nacionalista e tergiversou na aplicação de algumas medidas previstas na carta de 1937, como as que determinavam a nacionalização progressiva das minas, jazidas e quedas d Agua, dos bancos e companhias de seguros.
A politica de imigração, prevaleceu uma orientação restritiva, com o estabelecimento de cotas anuais, cujo alvo principal foram os japoneses - o único grupo que continuou a emigrar para o Brasil em número significativo nos anos trinta.
Ao estabelecer cotas para o ingresso de imigrantes a Constituição de 1934 inaugurou uma legislação restritiva que tinha como alvo principal os japoneses. Os judeus e japoneses eram vistos como não suscetíveis de assimilação, por não se casarem com membros de outras etnias, por serem avessos ao trabalho util e muitas vezes portadores de bacilo do Comunismo.
Pouco antes do golpe do Estado Novo, em Junho de 1937, uma circular secreta do Itamarati autorizado por Getulio proibiu a entrada no Brasil de pessoas de origem semítica (judeus pobres e anônimos). No ano seguinte outra circular abrandou a primeira, admitindo o ingresso de judeus que dispusessem de recursos consideráveis ou que fossem cientistas ou artistas.
A partir do rompimento de relações no Brasil com a Alemanha e a Italia, o estreitamento das relações com os Estados Unidos propiciou uma serie de acordos, versando sobre questões comerciais e a divida externa.
Assim numa palestra de Maio de 1941, o ministro da Justiça, Francisco Campos, disse: a colonização japonesa é no momento, e tende a tornar se cada vez mais, um perigoso foco de infecção que ameaça o organismo de defesa da América.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial sujeitou os chamados súditos do Eixo - alemães, italianos, japoneses e espanhóis. Tornou se proibido falar lingua estrangeira em locais público, publicar matérias que não fossem em português e viajar sem salvo conduto. Concentrados principalmente no Estado de S. Paulo em Setembro de 1943, eles foram expulsos de casas no bairro da Liberdade.
Nos Estados Unidos por exemplo, o governo Roosevelt realizou um deslocamento forçado de grande vulto ao transferir japoneses da Costa do Pacifico para Campos de internamento em outras regiões.
A partir do rompimento de relações no Brasil com a Alemanha e Itália, o estreitamento das relações com os Estados Unidos propiciou uma série de acordos, versando sobre questões comerciais e a dívida externa. Em 1942 o ministro Souza Costa chefiou uma missão aos EUA resultando desse encontro os Acordos de Washington. Um dos itens principais das conversações, do ponto de vista do Brasil, dizia respeito ao fornecimento de material bélico. Nessa altura, Getúlio enfatizou a Souza Costa a necessidade dos americanos honrarem promessas anteriores cujo descumprimento provocava mal estar nas Forças Armadas e chegou a invocar o perigo que a Argentina representava no contexto da América do Sul.
Foi importante em 1937 a ação da carteira agricola e industrial do Banco do Brasil e sobretudo do CTEF. O ultimo emitiu varios pareceres sobre iniciativas governamentais, incluindo a criação de empresas e orgãos estatais destinados a incentivar os investimentos em setores estratégicos. Dentre essas empresas e orgãos, destacam se o Conselho Nacional de Petroleo, o de Aguas e Energia Eletrica a Companhia Siderurgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce, a Fabrica Nacional de Motores e a Companhia Hidro Eletrica do São Francisco.
Evitou mobilizar a nação numa cruzada nacionalista e tergiversou na aplicação de algumas medidas previstas na carta de 1937, como as que determinavam a nacionalização progressiva das minas, jazidas e quedas d Agua, dos bancos e companhias de seguros.
A politica de imigração, prevaleceu uma orientação restritiva, com o estabelecimento de cotas anuais, cujo alvo principal foram os japoneses - o único grupo que continuou a emigrar para o Brasil em número significativo nos anos trinta.
Ao estabelecer cotas para o ingresso de imigrantes a Constituição de 1934 inaugurou uma legislação restritiva que tinha como alvo principal os japoneses. Os judeus e japoneses eram vistos como não suscetíveis de assimilação, por não se casarem com membros de outras etnias, por serem avessos ao trabalho util e muitas vezes portadores de bacilo do Comunismo.
Pouco antes do golpe do Estado Novo, em Junho de 1937, uma circular secreta do Itamarati autorizado por Getulio proibiu a entrada no Brasil de pessoas de origem semítica (judeus pobres e anônimos). No ano seguinte outra circular abrandou a primeira, admitindo o ingresso de judeus que dispusessem de recursos consideráveis ou que fossem cientistas ou artistas.
A partir do rompimento de relações no Brasil com a Alemanha e a Italia, o estreitamento das relações com os Estados Unidos propiciou uma serie de acordos, versando sobre questões comerciais e a divida externa.
Assim numa palestra de Maio de 1941, o ministro da Justiça, Francisco Campos, disse: a colonização japonesa é no momento, e tende a tornar se cada vez mais, um perigoso foco de infecção que ameaça o organismo de defesa da América.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial sujeitou os chamados súditos do Eixo - alemães, italianos, japoneses e espanhóis. Tornou se proibido falar lingua estrangeira em locais público, publicar matérias que não fossem em português e viajar sem salvo conduto. Concentrados principalmente no Estado de S. Paulo em Setembro de 1943, eles foram expulsos de casas no bairro da Liberdade.
Nos Estados Unidos por exemplo, o governo Roosevelt realizou um deslocamento forçado de grande vulto ao transferir japoneses da Costa do Pacifico para Campos de internamento em outras regiões.
Em Outubro de
1942, houve o inicio de uma corrida aos bancos, inclusive ao Banco do Brasil, o
que ameaçava provocar o colapso do sistema financeiro. Diante a este quadro, o
governo decretou feriado bancário e anunciou a adoção de nova unidade de um
mil-réis. Todo este quadro relacionou se com a queda de Getúlio, em 29 de
Outubro de 1945.
O ambiente
militar do inicio dos anos 50 distanciava se daquele com que estava acostumado
a lidar, no qual as tendências eram controladas por algumas figuras de Cúpula,
as facções e cruzamentos. Para agravar a cena, a Aeronáutica se convertera em
uma força política em que predominavam oficiais anti getulistas.
A acusação
pessoal contra Wainer, conhecido em certas rodas como “o Judeu” pretendia
desqualifica lo para exercer a direção de um jornal, por sua suposta condição
de estrangeiro, nascido na Europa Central. A oposição acusava o governo, de
financiar abusivamente o “Ultima Hora”, através do Banco do Brasil, resultando
numa CPI no Congresso cujo objetivo foi obter o impeachment de Getúlio Vargas.
O suicídio foi
seu ultimo gesto “político”:
- Por volta das
8h30 ouviu se um barulho quando familiares correram ao quarto. Dera um tiro
contra o próprio peito, dentro as peças e objetos que havia no quarto – uma cartela
de comprimidos, uma receita de colírio, um par de óculos, um pente e uma caixa
de charutos na mesa da cabeceira. Além de uma Carta com a sua assinatura – A Testamento.
Naquele mês de
Agosto, duas mortes produziram grande impacto político. A primeira – um crime
sem a menor justificativa, a segunda inverteu o jogo em tirou das mãos da
oposição os trunfos de uma situação que parecia favorece las. As garrafas de
Champagne que líderes oposicionistas tinham colocado na geladeira para festejar
a queda de Getúlio.
Em 26 de Agosto,
Vargas foi sepultado no túmulo da família. João Goulart, Tancredo Neves e
Osvaldo Aranha expressaram cada qual a seu modo, o sentimento de profunda
tristeza.
Para cimentar a
construção do mito, após a morte, a Carta Testamento teve papel relevante.
Segundo Maciel Filho, o documento que continha muitos espaços, destinava se a
hipótese de renúncia do presidente, e não ao suicídio. Tudo indica que a carta
foi retocada pelos seus contatos íntimos.
Na ultima carta
se declara vítima dos inimigos rancorosos e gratuitos, dos amigos que não o
defenderam, dos hipócritas e traidores a quem beneficiou e espera que o sangue
de um inocente sirva para aplacar a ira dos Fariseus.
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